quarta-feira, 17 de abril de 2013

Qual sua palavra preferida?

            Um dia, alguém me perguntou qual palavra eu achava mais bonita. Esdrúxulo, eu disse! sim, esdrúxulo. Naquela época eu achava essa palavra simplesmente incrível. Imagine, você mulher, um homem proferindo em alto e bom tom a palavra esdrúxulo. Por certo, uma impetuosa vontade de ser tomada por aquele vociferador de proparoxítonas inundaria seu sistema nervoso central. Agora imagine você, caro Homo Sapiens de polegar opositor, ouvir a doce voz da mais cheirosa e meiga mulher, exclamando, segura de si, a palavra esdrúxulo. Eu sei! O Neanderthal babante adormecido pela evolução também tomaria conta do seu corpo.
           Pois bem! Ultimamente tenho tido fortes encontros com a minha mais nova linda palavra. Interpenetrar. Se a minha antiga palavra brilhava pelo impacto causado por quem a pronunciava, minha nova palavra encanta pela própria palavra. Interpenetrar! Penetrar não! Penetrar é uma palavra vulgar, intrusiva, feia de todo modo. Mas interpenetrar é a melhor das palavras! é consensual, é quase romântica. E é incrível porque ela me lembra todas as outras palavras bonitas que eu conheço. Equilíbrio, igualdade, completude. Interpenetrar é uma palavra completa por si só. Você nem precisa ouvir alguém falar a palavra. Basta imaginar.

            Tenho agora duas palavras incríveis como favoritas.