Irmãos? Não! Nem nasceram do mesmo pai, da mesma mãe. Mas
sentem a alegria e zombam a chatice do outro.
Melhores amigos? Não! Conhecem-se há tão pouco tempo que
amigos ainda não sabem se são. Confiam segredo, assim, pra ficarem mais íntimos
e depois confiarem naquele que antes segredou.
Vizinhos? Não! hoje vivem longe, amanhã mais longe ainda,
mas encurtam o caminho no primeiro oi do dia. E tão perto vivem que, mesmo
longe, a qualquer hora do dia, batem porta do vizinho só pra ver se vai abrir.
Colegas? Não! Nem de classe, nem de quarto. Traçam certos
seus próprios caminhos, mas nada impede que se encontrem logo ali.
Inimigos então? Tampouco! Nem se quer já brigaram de
verdade. Ensaiam ansiosos o primeiro chispa, mas se demoram a prolongar o deixa
disso.
Desconhecidos? Eu bem duvido! Já sabem tanto um do outro que
têm a audácia de dizerem nele eu confio.
Quem são eles então? Sortudos! Nem bem se conheceram e já
são felizes. Não têm tempo pra duvidar do futuro porque gozam horas demais
aproveitando cada segundo.
Contra todas as más línguas e incongruências, decidiram dar-se uma chance.
ResponderExcluirUma chance de provar ao tempo que ele não pode decidir seus destinos.
Pouco é esse tempo, mas muita é a vontade de aproveitá-lo.
Curiosidades e desejos mútuos os fazem perder a noção da hora, e das palavras ditas, em pequenos surtos de autenticidade e espontaneidade.
Medos e defeitos vão sendo superados e enterrados, aperfeiçoando uma relação marcada pelo seu potencial lesivo (risos).
Se algo os tiver que separar, que seja apenas a distância e não a ausência de vontade de estar perto e conversar enquanto assistem ao pôr-do-sol sentados na pedra.
Entretanto, até o fatídico momento das malas arrumadas e postas no porta-malas em direção a algum rumo qualquer, que seja feita as vossas vontades e que o presente seja vívido e vivido.